oocisto de
Isospora, coloração de Ziehl-Neelsen modificada
Diagnóstico Laboratorial:
Hoje o assunto é o diagnóstico laboratorial da isoporíase que é feito através da visualização dos oocistos nas fezes, em aspirados ou biópsias de mucosa do intestino delgado1.
Quando nas fezes, geralmente mais de uma amostra de fezes deve ser solicitada para análise, pois a eliminação deste protozoário se faz de forma intermitente e a cada evacuação, sendo habitualmente a quantidade de oocistos eliminada pequena (2). Além disto, recomenda-se na solicitação do exame,comunicar ao laboratório a suspeita clínica para que o mesmo execute os procedimentos necessários para a identificação deste agente.
As amostras de fezes frescas podem ser observadas diretamente pois os oocistos de Isospora são grandes e facilmente identificados em aumento de 400x em microscopia óptica comum. Entretanto, para aumentar a sensibilidade diagnóstica, pode-se utilizar técnicas de concentração do material fecal.
Quanto às formas de concentração, podem ser utilizadas a técnica de concentração pelo formol-acetato de etila modificado (centrífugo-sedimentação) ou técnicas de flutuação. O exame direto das fezes como no método de Kato-katz, é um método fácil e barato para o diagnóstico laboratorial da isosporíase (1).
Os oocistos são ovalados e medem de 22 a 33 µm de comprimento por 12 a 15 µm de largura. Ao serem expulsos nas fezes, os oocistos, em geral, ainda não completaram seu desenvolvimento, apresentando-se como uma massa citoplásmica nucleada de forma elíptica, repleta de granulações. Esta célula única é chamada de esporocisto, que em seguida divide-se em duas, originando dois esporocistos, dentro da mesma membrana frágil do oocisto. São destas duas formas que podem se apresentar nas fezes.
Além da análise direta, pode-se lançar mão de técnicas de coloração, dentre as mais utilizadas destacam-se a coloração de Zielh-Neelsen modificada, Tricrômio ou Hematoxilina-Eosina. Nestes casos as amostras devem ser concentradas, coradas e posteriormente são levadas para observação em microscópios ópticos em aumentos de 400 e 1000x. Um estudo brasileiro revelou que a técnica de Zielh-Neelsen modificada continua sendo a mais indicada para uso rotineiro em laboratórios de análises clínicas, com relação ao diagnóstico da isosporose e que a utilização de técnicas de concentração do material constitui um fator primordial para aumento da sensibilidade da coloração de Zielh-Neelsen modificada. Outra técnica de coloração que pode ser utilizada é a Auramina-Rodamina.
Além destas, a autofluorescência utilizando filtros ultravioleta de 330 a 380 mm é descrita como simples, rápida e sensível para o diagnóstico da infecção por Isospora belli.
No hemograma pode ser observada eosinofilia e nas fezes é freqüente o encontro dos cristais de Charcot-Leyden em pacientes infectados por este protozoário.
Referencias:
1- Martí MAF. Isospora belli. Servicio de Microbiologia, Hospital Clinico Universitário de Valencia – www.seimc.org/control/revi_Para/isosporabelli.htm.
2- Sears CL. Isospora belli, Sarcocystis species, Balantidium coli, Blastocystis hominis and Cyclospora. In: Mandell GL, Bennett JE, Dolin R (ed). Mandell, Douglas and Bennett’s Principles and Practice of Infectious Diseases. 5a.ed, Churchill-Livingstone, Philadelphia, 2000, V.2, p 2915-16.