segunda-feira, 13 de julho de 2009

Giardia - sua história

Dúvidas no nome da Giardia, será ela lamblia; duodenalis ou intestinalis? Hoje vamos discorrer sobre este assunto, e como deve sair o nome deste parasita no resultado e no laudo do exame parasitológico dos pacientes? A Giardia foi inicialmente descrita por van Leeuwenhoek em 1681 ao examinar sua próprias fezes diarreicas ao microscópio. O organismo foi descrito com grandes detalhes por Lambl em 1859. Vejam, foram 178 anos depois da primeira descrição! Lambl pensou tratar-se de um organismo petencente ao genero Cercomonas e chamou-a de Cercomonas intestinalis. Em 1879, Grassi nomeou um organismo em roedores, agora conhecido como sendo uma espécie de Giardia, de Dimorphus muris, sem ter ciencia da descrição já feita por Lambl. Em 1882 e 1883, Kunstler descreveu um organismo em girino (?G. agilis) que chamou Giardia , a primeira vez que Giardia foi usada como nome de genero. Em 1888, Blanchard sugeriu o nome de Lamblia intestinalis , que Stiles mudou para G. duodenalis em 1902. Subsequentemente, Kofoid e Christiansen propuseram o nome de Giardia lamblia em 1915 e Giardia entérica em 1920. Continuou controverso o número de espécies de Giardia por muitos anos..... com alguns investigadores sugerindo nomes de espécies baseados no hospedeiro de origem e outros focando no aspecto morfológico. Por exemplo, mais de 40 nomes de espécies foram propostos baseados no hospedeiro de origem. Simon, por outro lado, usou critérios morfológicos para diferenciar entre G. lamblia e G. muris e aceitou o nome de G. lamblia para formas humanas. Em 1952, Filice publicou uma detalhada descrição morfológica da Giardia e propos que 3 nomes para espécie fossem usados baseados na morfologia do corpo médio: Giardia duodenalis, Giardia muris e Giardia agilis. As espécies com o nome de G. lamblia tornaram-se amplamente aceitas por volta de 1970. Desde os idos de 1980, alguns arriscaram a utilizar o nome de G. duodenalis, e nos anos de 199o, o nome G. intestinalis tem sido colocado em uso por outros pesquisadores. Assim, neste momento não parece ser adequado, não há razão para abandonar o termo G. lamblia, que é amplamente aceito pela literatura médica e científica. FONTE: Clinical Microbiology Reviews, July 2001, p. 447-475, Vol. 14, No. 3

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